outubro 11, 2013


Chegou num fim de tarde de novembro.
Passou devagar pela rua acima enquanto o vento lhe abraçava o peito e abria o casaco pesado de fazenda.
As folhas de outono desviaram-se aos seus pés cada vez que pisou o chão, como se fosse dono de tudo.
Entrou e esboçou um sorriso vivo.
A pele fria e pálida fazia sobressair o negro do olhar escondido entre pestanas curtas.
Tirou as luvas de pele e pediu um chá quente.
O tempo não permitiu que se conhecessem o suficiente, ficou escondido entre tragos de sabor engolido à pressa.
Estendeu um convite e disse que o encontrariam mais logo naquela morada.
Ao levantar-se sorriu e saiu dizendo apenas sobre si que gostava do paladar dos coentros.
Chegou num fim de tarde. Livre.
E ficou.

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