setembro 28, 2016


Começo a tentar recomeçar a ser quem era antes da Maria do Carmo aparecer na minha vida.
Dois dias de corrida.
O coração explode de dor.
E os ouvidos ficam com um zumbido ensurdecedor.
No sprint final o meu pé leva um esticão e não poisa mais no chão.
Massagens, gelo, voltaren, mais gelo e a dor trava-se o calcanhar como se tivesse de reaprender a andar.
Mais de um mês a andar pela metade e a carregar a Maria do Carmo ao colo e a pensar que estou presa dentro do meu próprio corpo.
Parece que desaprendi tudo.
Como a Maria do Carmo, nasci agora e terei de aprender tudo com uma tábua rasa.
Antes de começar a correr, tenho de reaprender o que é o meu andar.

setembro 07, 2016


Às vezes fico mais ao longe a ver-te em silêncio.
Sou o teu anjo da guarda nesta vida.
Vejo-te a dormir profundamente e inspiro o teu cheirinho para te levar sempre nos meus sentidos.
Sopro ao teu ouvido que te adoro, mas não sei se algum dia me ouves.
Apertas-me com a tua mãozinha tão pequenina, como se a vida pulsasse toda naquele teu toque.
E eu sinto que estamos ligadas para sempre.
Protejo-te enquanto dormes.
E protejo os teus dias. Dia e noite.
Saberás algum dia o quanto te amo?
Minha doce Maria do Carmo.