agosto 31, 2015

em dia em que faço anos quero relembrar-me da regra básica de viver



"Para ser grande, sê inteiro: nada
        Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
        No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
        Brilha, porque alta vive."

Ricardo Reis \ Fernando Pessoa

agosto 29, 2015

Encontramo-nos ao acaso numa corrida matinal junto ao rio.
O tempo e as mudanças de vida afastam-nos sem darmos conta.
Depois de um abraço longo e suado, seguimos as duas a correr.
É como se tivessemos ganho tudo de novo num só segundo.
Falamos de namorados, empregos e dos amigos que fomos perdendo pelo caminho.
Estamos as duas sozinhas de novo.
Digo-lhe que já nada me dói da mesma forma, é como se as feridas nunca se curassem por completo.
"Quanto mais o tempo passa, mais desilusões acumulo, mas se deixo de sonhar..." - diz-me e eu sorrio com uma expressão de quem não ouve nada de novo.
Continuamos a correr. Sem falar.
Jantamos na semana seguinte.
Abrando o meu ritmo. E ela segue.
No ar ainda a ouço...
"Mas devemos sempre acreditar no amor perfeito, Joana. Eu ainda não desisti".

agosto 22, 2015



Por causa de um grande amor achei que viver era quase não ter ar.
Por causa de um grande amor larguei um emprego.
Por causa de um grande amor fiz tudo para revolucionar a minha vida.
Por causa desse amor perdi tudo.
Sem emprego. Sem amor para ser concretizado, percebi que às vezes o que fica por contar é mais do que aquilo que sabíamos do outro.
Recomeço a vida do ponto menos 5, ainda nem cheguei ao zero.
Espera-me um longo e duro caminho.
Ao lado tenho sempre pessoas que me recordam que viver vale sempre tudo.
Tudo vale a pena.
Para já levo a mala cheia de roupa que espera por dias quentes e festa.
Guardado no peito vai ainda o desgosto de um engano, mas a esperança de quem quer recomeçar a vida.
Vou partir.
Mas volto.

agosto 21, 2015

está nas estrelas




Viajei para o Brasil em busca de paz, como um retiro espiritual que me faltava fazer.
Perdida no meio do oceano e mata atlântica, olhei para o céu à procura de alguém, como se os anjos se deixassem ver.
Uma estrela atravessou o céu e caiu...
Pedi um desejo baixinho.
Ainda não foi ouvido.
Ainda...
Pinto sempre o cabelo de escuro e mudo a cor do blog.
É como começo sempre as minhas mudanças.
Mas elas já começaram antes por dentro.
Escrever foi sempre dos momentos em que me senti mais livre.
Então sou obrigada a fazê-lo agora.
Este foi sempre o meu lugar, meu por direito.
A dada altura parei de escrever por medo das palavras.
Por medo do que liam além das minhas palavras.
Por várias vezes na vida morremos.
Por uma vez só a menos, nascemos sempre de novo.
E assim nasço eu hoje aqui de novo.
Depois de já ter morrido mais uma vez.
Começo de cabelo escuro.
Mas a alma...
Essa, continua branca, como a cor da minha liberdade enquanto mulher.
O meu blog chama-se Joaninha a voar...
Não é em vão.
Nunca foi em vão.