janeiro 30, 2014


A nossa própria companhia, é sempre a melhor companhia do mundo.
A única que nunca se atrasa, que não nos troca por outra escolha, a que não nos ofusca, nem nos assume na sombra.
E eu adoro passar o tempo comigo.

janeiro 16, 2014


Talvez algumas paixões devam ser apenas vividas como tal, como coisas passageiras sem reflexos no futuro.
E talvez aquilo que se ama seja o ideal do que se construiu e não a pessoa em si.
E talvez essas pessoas surjam na nossa vida apenas para nos fazer ter a certeza do que queremos.
Para nos dar a certeza do que não queremos.
Talvez...

janeiro 09, 2014

vou só ali tratar de um assunto


10 anos


Talvez nos últimos 10 anos não nos tenhamos visto muito.
Foram os últimos 10 anos que mais nos fizeram crescer a todos: a saída da faculdade, o primeiro emprego, as grandes decisões de amor, as grandes falhas emocionais, as desilusões no trabalho onde não se fazem os melhores amigos, a primeira casa de casada, a primeira casa de solteira de novo, as contas por pagar, o primeiro ordenado e os impostos pagos.
Veio ao meu trabalho por coincidência e abriu uma busca desenfreada no facebook até me encontrar.
Fui resgatá-la à receção, como a resgatava nos seminários na faculdade quando comprávamos guerras de ideais com os professores e não tínhamos medo de nada.
O tempo voou como voava quando achavamos que dominavamos o mundo e a verdade.
Despedimo-nos com a promessa de que o tempo não nos pode afastar mais.
Ela foi-se embora e eu fiquei parada e perdida em pensamentos.
"Lembras-te como éramos?".
O tempo mudou-me, arrefeceu-me o sangue na guelra e a postura destemida para ir de frente contra tudo.
O tempo fez com que eu casasse e me separasse, com que quisesse ter uma família e a perdesse.
O tempo deu-me a ilusão que as carreiras se fazem pelo mérito e pela verdade e nunca mais me deixou crescer, tornou-me apática, resignada de ideais.
O tempo fez-me acreditar que cada pessoa constrói um império de sonhos, amor, família, mas o tempo também ensina que quanto mais se sonha, mais alto se quebra.
E o império passou a casa desabitada sem nunca ter tido a alma para ser preenchida.
Em 10 anos percebi que o sonho é a arrogância dos ignorantes.
Perdi quase tudo e tive de novo a arrogância de acreditar.
Mas o mesmo tempo que dá, rouba.
Parada a vê-la sair e a levar parte daquilo que já fui há 10 anos...
10 anos para perceber que deixei de ser livre.
Sonhadora.
Arrogante.
Destemida.
Ignorante.
Não é grave.
Podia ter demorado muito mais...