abril 22, 2016


Há dias em que custa mais, é mesmo assim.
Não é sempre perfeito.
Dias em que acumulamos mais desilusões e onde o mundo que tentamos criar não é cor de rosa, nem lilás.
São os dias em que percebemos que não mudamos tudo o que está à nossa volta e há sempre algo que nos agride do exterior.
Ontem morreu um dos cantores que mais gostava,  mas também morreu mais gente dentro de mim. Faz parte do meu imaginário criar heróis e pessoas intocáveis.
Que disparate, sou lá uma miúda para ter mitos e super humanos.
Esse talvez tenha sido sempre um dos meus maiores erros, elevar pessoas e ideias quando elas não passam de coisas reais, cheias de erros e defeitos.
Hoje pus no banho uma das músicas que mais gostava de ouvir na voz dele e não me importei de chorar. Chorar só.
Quando é triste há que aceitar que é triste.
Não há volta a dar.
Depois secam-se as lágrimas e guarda-se na gaveta das desilusões mais um elemento de uma coleção que já vai grande.
Fecha-se a gaveta e não se abre até voltar a colocar uma outra.
Porque sabemos que ela virá, mais cedo ou mais tarde.
Mas vem sempre já com menos dimensão, porque já é uma repetição de algo que doeu sempre muito mais quando foi a primeira vez.


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