outubro 16, 2015




Uma das coisas que mais me realiza na vida é estar sentada numa bicicleta, quase às escuras e com a música a explodir nos ouvidos.
Há umas pessoas que vão ao psicólogo, outras desabafam mil vezes com o mesmo amigo, eu refugio-me aqui para arrumar as minhas coisas todas.
Não vejo mais nada à volta, não reparo em ninguém.
É como se tudo em mim fosse dar de si.
É o único momento onde sinto que mais um segundo quebro e caio.
Muitas vezes para ter força tenho de me lembrar dos meus últimos tempos de vida.
E imagino um descampado com poucas, muito poucas pessoas, mas as que foram as suficientes para tentar destruir a minha vida.
Imagino que passo por elas e que delas não resta nada, só pó.
É horrível, não é?
É a minha catarse.
Quase morro nessas aulas.
Quase choro.
Quase me acabo.
Mas saio sempre mais leve porque só acerto contas com elas no meu imaginário, até apagá-las de vez das minhas memórias.
Dizem que a vingança é um prato que se serve frio.
Eu também acho.
Mas não quero fazê-lo a ninguém.
O tempo fará tudo sozinho.
E nessa altura não só não sentirei qualquer alívio.
Como terei pena.

Por ver na vida a fórmula justa e matemática que o meu coração não conseguiu encontrar.

1 comentário:

Anónimo disse...
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