agosto 02, 2012

Acordo às 07h30 e luto entre a vontade de dormir e procurar o sossego da cama e do meu mundo, com a disciplina de que me faz bem correr.

Volto a adormecer. E a acordar.
Militarmente levanto-me e passo água fria nos olhos. Visto-me silenciosa e troco os gestos que deveriam ser mais rápidos e pragmáticos.
Penso que ainda há 2 dias estaria no Brasil e por isso a dormir e penso que mal acordasse que quereria ir caminhar para o paredão. Mas aqui... aqui custa-me ainda tudo.
Saio. Parada na rua do meu bairro, percebo que algumas lojas estão prontas a recomeçar o seu ciclo diário, sempre diário, como também tenho um. Mas não vejo ninguém. Os meus olhos não sorriem para as pessoas que conheço há anos naquela rua.
Começo a correr. Tento disciplinar-me no ritmo, na leveza do jogo entre pés, na força que deveria vir da mente.
Dói-me o coração e a cabeça estilhaça por dentro porque não controlo os pensamentos. Mal começo quero acabar. Só penso que tenho que ir trabalhar e isso devia alimentar-me as ganas para correr e a raiva para tomar atitudes, decisões.
Eu não fluo sempre. Nem a minha inteligência.
Digo mental e ininterruptamente it ain't how hard you hit; it's about how hard you can get hit, and keep moving forward. E corro... keep moving forward. Mas dói, estou a ir contra mim há algum tempo.
Dói porque corro, corro tanto e não sei para onde quero eu ir.
E o tempo que já passei a correr a perguntar para onde quero ir e o que me faz feliz, já devia ter trazido as respostas que persigo sem horizonte.

1 comentário:

Anita disse...

Eu não sei se é o tempo que não traz respostas ou se somos nós que andamos surdas ou cegas...

Beijinho