fevereiro 09, 2012

meu amor

Amo-te.


Quando tremes e me abanas e me estremeces a cabeça e o equílibrio do corpo já tão abalado em ti.


Quando me atravessas com o teu calor sufocante e te entranhas num cheiro de paixão tão próprio, tão forte.


E quando me perco e não vejo as tuas saídas que me ajudam a encontrar as minhas.


Quando sonho que podia viver contigo o resto da vida e ter um projeto teu, contigo.


Quando me gelas a pele e o instinto de te amar tanto e quando me consegues arrefecer o calor tão guardado cá dentro.


É quando te vejo, toco, até se te piso. É esse momento também que me faz amar-te, demais.


É quando me metes medo e cantas canções de gaivotas perdidas.


Quando me salpicas indiscriminadamente a pele, sem aviso, e quando a esmagas num turbilhão de movimentos que vão e voltam sempre.


Quando me encurralas entre a pedra gasta e o tinto robusto, na noite que me espanta como uma criança a ver o mundo a primeira vez.


Ou quando me espreitas quando acho que já te fintei.


Quando me sopras jazz ao ouvido, como um ritual de sedução que só os mais descarados têm.


Amo-te.


E sufoco-me de paixão por ti.


Perco-me e retomo-me cada vez que voltamos.


Veneza. Amo-te.

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