setembro 30, 2015
Muitas vezes acendo uma vela à noite e falo com o meu anjo da guarda.
Acredito que tenho um daqueles grandes que me protege de muita coisa má.
Hoje pedi em particular que me mantenha perto dos amigos a sério, mas também dos inimigos.
Que os inimigos estejam sempre controlados, para que eu não volte a ter uma grande desilusão.
setembro 24, 2015
setembro 21, 2015
Em tempos tive uma grande paixão por Budapeste.
A cidade gélida e romântica do leste...
Cheguei a equacionar viver lá por causa de um amor.
Mas que vergonha seria aceitar viver num país que dá ordem para disparar sob qualquer refugiado sírio que tente passar as fronteiras.
Que vergonha seria ser habitante de um lugar que não aprendeu nada com os crimes hediondos que já cometeu com os judeus no passado.
Mas uma coisa na minha vida que não deu certo e que não foi por acaso.
Hoje começa uma nova vida.
Se me dissessem há poucos meses que seria assim, eu diria que era impossível.
Mas o dia de hoje veio para me mostrar que não vale a pena querermos controlar o futuro todo.
Porque ele é aquilo que ambicionamos mas muito mais aquilo que entende ser o melhor para nós.
Hoje começa o primeiro dia da minha outra vida.
setembro 20, 2015
O Verão é o espelho das minhas emoções e talvez a praia pudesse ser a minha morada.
Passo horas em silêncio a ver o voo das gaivotas e olhar para as marcas da areia.
Este é o lugar onde me encontro e durmo em paz.
Hoje o meu Verão chega ao fim e com ele vai já a saudade de quem não gosta de se afastar.
Este foi o meu tempo mais longo, mais quente e o mais frio.
Foi a minha estação de trovoadas e sem sopros.
Trouxe-me tudo e também levou.
O Verão que hoje partiu, deixou-me a marca na pele e o sol por dentro para continuar a seguir sempre em diante.
E lá mais à frente sei que nos voltaremos a encontrar.
Porque ele volta sempre, com vento, ou sem brisa, na data certa ou na improvável, ele vai voltar a atravessar-me com os raios.
O Verão hoje partiu, na hora marcada.
E deixou-me triste.
Sei que tem de ir cumprir o seu ciclo.
E ele sabe que me mantenho cá,
A cumprir o meu.
setembro 19, 2015
setembro 18, 2015
Revejo amigos esquecidos pelo tempo e pelo orgulho de nunca se saber quem liga primeiro.
Falamos a correr para que anos de vida perdida caibam nas duas horas que reservamos um para o outro.
O vento bate no acrílico de um lugar em cima do Tejo.
Vem um gin.
Outro.
E as ervas aromáticas dançam lá dentro como o meu cabelo no ar.
A nossa vida passa em revista como um filme em fast forward.
Há umas mantas ali ao fundo - penso - mas o tremor que tenho faz-me hesitar se é do frio do vento, ou do confronto pelo meu recente passado.
Olho para trás e não sei como conseguir seguir de pé, erguida...
Tive as bengalas revestidas de tamanhas amizades.
Como esta que me ouve e quase me lamenta.
Num sorriso seco e sumido pergunta-me como consigo estar ali positiva e diante do mundo.
Respondo que não há tempo para quebrar, que a vida é curta e tenho pressa de resolver os caminhos que ficaram todos destruídos.
Em segundos fico em silêncio porque sei que a força se esgota e precisa de ser recarregada.
Sou só e apenas humana...
Talvez a manta não me tenha aquecido porque gelei, não pelo frio do Tejo que é cruel quando se chateia.
Talvez o gin não me tenha gelado as mãos pelo gelo que derreti nelas.
Talvez nem tivesse frio.
Talvez estivesse apenas em choque.
Talvez...
O tempo tinha acabado naquele dia para nós.
Levou-me a casa, como me levou a vida toda porque acha que cuidar é proteger.
Cuidar é um gesto tão raro que só acontece quando há amor.
E eu concordo.
Subi a correr, à espera de voltar a aquecer e esqueci a nossa conversa.
Relembrei-a na perfeição hoje.
Porque me disse que em momentos de guerra, não há tempo para chorar os mortos, há que sair para defender até ao fim o que é nosso, o que nos resta.
A vida.
Não é pouco!
o amor
"Você sabe que te amam quando sabe que não tem nada para dar ao outro e ficou quase inútil e a outra pessoa fica ali e lhe diz nos olhos: não tens nada para dar, mas não sei viver sem ti"
setembro 17, 2015
setembro 14, 2015
7 vidas
Há quem diga que temos ciclos de vida e que morremos e nascemos de novo.
Eu morri já...
E nasci de novo.
Atrás de mim outras coisas virão.
E no tempo certo outras vidas vão aparecer.
setembro 11, 2015
Depois da ferida maior já estar a fechar, vem a cicatrização à volta.
Depois das desilusões, a certeza dos erros que não se repetem.
Depois do cabelo mais escuro, vêm as paredes cheias de tintas claras.
Depois da revolução por dentro, vem a mudança para fora.
Primeiro eu, depois a casa onde quero viver e ser feliz.
Mil ideias, pouco tempo para tanto e projetos recém-nascidos que começam a ganhar forma.
Só agora começou...
agosto 31, 2015
em dia em que faço anos quero relembrar-me da regra básica de viver
"Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive."
Ricardo Reis \ Fernando Pessoa
agosto 29, 2015
Encontramo-nos ao acaso numa corrida matinal junto ao rio.
O tempo e as mudanças de vida afastam-nos sem darmos conta.
Depois de um abraço longo e suado, seguimos as duas a correr.
É como se tivessemos ganho tudo de novo num só segundo.
Falamos de namorados, empregos e dos amigos que fomos perdendo pelo caminho.
Estamos as duas sozinhas de novo.
Digo-lhe que já nada me dói da mesma forma, é como se as feridas nunca se curassem por completo.
"Quanto mais o tempo passa, mais desilusões acumulo, mas se deixo de sonhar..." - diz-me e eu sorrio com uma expressão de quem não ouve nada de novo.
Continuamos a correr. Sem falar.
Jantamos na semana seguinte.
Abrando o meu ritmo. E ela segue.
No ar ainda a ouço...
"Mas devemos sempre acreditar no amor perfeito, Joana. Eu ainda não desisti".
O tempo e as mudanças de vida afastam-nos sem darmos conta.
Depois de um abraço longo e suado, seguimos as duas a correr.
É como se tivessemos ganho tudo de novo num só segundo.
Falamos de namorados, empregos e dos amigos que fomos perdendo pelo caminho.
Estamos as duas sozinhas de novo.
Digo-lhe que já nada me dói da mesma forma, é como se as feridas nunca se curassem por completo.
"Quanto mais o tempo passa, mais desilusões acumulo, mas se deixo de sonhar..." - diz-me e eu sorrio com uma expressão de quem não ouve nada de novo.
Continuamos a correr. Sem falar.
Jantamos na semana seguinte.
Abrando o meu ritmo. E ela segue.
No ar ainda a ouço...
"Mas devemos sempre acreditar no amor perfeito, Joana. Eu ainda não desisti".
agosto 22, 2015
Por causa de um grande amor achei que viver era quase não ter ar.
Por causa de um grande amor larguei um emprego.
Por causa de um grande amor fiz tudo para revolucionar a minha vida.
Por causa desse amor perdi tudo.
Sem emprego. Sem amor para ser concretizado, percebi que às vezes o que fica por contar é mais do que aquilo que sabíamos do outro.
Recomeço a vida do ponto menos 5, ainda nem cheguei ao zero.
Espera-me um longo e duro caminho.
Ao lado tenho sempre pessoas que me recordam que viver vale sempre tudo.
Tudo vale a pena.
Para já levo a mala cheia de roupa que espera por dias quentes e festa.
Guardado no peito vai ainda o desgosto de um engano, mas a esperança de quem quer recomeçar a vida.
Vou partir.
Mas volto.
agosto 21, 2015
está nas estrelas
Viajei para o Brasil em busca de paz, como um retiro espiritual que me faltava fazer.
Perdida no meio do oceano e mata atlântica, olhei para o céu à procura de alguém, como se os anjos se deixassem ver.
Uma estrela atravessou o céu e caiu...
Pedi um desejo baixinho.
Ainda não foi ouvido.
Ainda...
Pinto sempre o cabelo de escuro e mudo a cor do blog.
É como começo sempre as minhas mudanças.
Mas elas já começaram antes por dentro.
Escrever foi sempre dos momentos em que me senti mais livre.
Então sou obrigada a fazê-lo agora.
Este foi sempre o meu lugar, meu por direito.
A dada altura parei de escrever por medo das palavras.
Por medo do que liam além das minhas palavras.
Por várias vezes na vida morremos.
Por uma vez só a menos, nascemos sempre de novo.
E assim nasço eu hoje aqui de novo.
Depois de já ter morrido mais uma vez.
Começo de cabelo escuro.
Mas a alma...
Essa, continua branca, como a cor da minha liberdade enquanto mulher.
O meu blog chama-se Joaninha a voar...
Não é em vão.
Nunca foi em vão.
junho 30, 2015
Um lutador combate sempre de pé.
Com os punhos partidos e o coração em ferida.
Mas fica sempre de pé.
Um lutador quebra só quando não tem espectadores.
O prazer de ser lutador é a crença em algo inabalável.
Mesmo que doa.
Mesmo que quase mate.
Um lutador nunca vira as costas a um combate.
Mas prepara-se antes para ele.
Depois fica no ringue até que um dos dois morra.
Eu estou num ringue de joelhos.
Só à espera que me acertem com aquele que acham que será o último golpe.
Nessa altura combato.
E prefiro morrer de pé a deixar de lutar.
Sempre de pé, até que decida quando quero acabar.
Com os punhos partidos e o coração em ferida.
Mas fica sempre de pé.
Um lutador quebra só quando não tem espectadores.
O prazer de ser lutador é a crença em algo inabalável.
Mesmo que doa.
Mesmo que quase mate.
Um lutador nunca vira as costas a um combate.
Mas prepara-se antes para ele.
Depois fica no ringue até que um dos dois morra.
Eu estou num ringue de joelhos.
Só à espera que me acertem com aquele que acham que será o último golpe.
Nessa altura combato.
E prefiro morrer de pé a deixar de lutar.
Sempre de pé, até que decida quando quero acabar.
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